segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CERRO PAN DE AZUCAR

Certa vez assisti em um SBT Repórter um documentário sobre o Uruguai, e uma parte desse documentário mostrava o Cerro Pan de Azucar, localizado no Departamento de Maldonado. Achei fantástico e na época sequer eu tinha internet para dar uma pesquisada melhor e nem pensava em ter carro, mas mesmo assim vi como possível um dia realizar essa aventura. Pois o mundo girou e na nossa "Meia Volta no Uruguai" lá estava eu na base do tão sonhado "Pan de Azucar". Chegamos por volta das 13:00 horas, na sua base antes do Cerro encontramos estacionamento, lancheria e um zoô que possui vários trajetos que permitem aos visitantes visualizar as diferentes espécies em seu ambiente natural, algumas inclusive ameaçadas de extinção.

Primeira visão do Cerro ao entrar no parque.

Depois de um lanche reforçado, porque ainda não haviamos almoçado, comecei a minha até então caminhada. Fiz duas coisas erradas, comi muito e o horário não era o mais recomendado para fazer a subida, mas eu não queria perder a oportunidade. Fui orientado por um senhor que trabalha na manutenção do local, a seguir até o viveiro das emas e capivaras, chegando lá entrei no caminho a esquerda, uma placa grande sinalizava o início da trilha com algumas recomendações de horários, calçados, etc. Não me lembro bem, mas vou citar algumas dicas comentadas em quase todos os sites qua falam no "Pan de Azucar":
  • É recomendado no verão fazer a ascensão na parte da manhã de modo a evitar os horários em que o sol está mais forte no período da tarde;
  • Nos dias em que não estiver vigorando o horário de verão, o recomendado é não subir após as 17:00 horas, pois a estimativa média é uma hora e meia para subir e uma hora e meia para descer, dessa maneira evitando de pegar a noite na descida, o que pode se tornar perigoso, pois no início da descida antes de começar a trilha o terreno é muito igual, podendo o aventureiro se perder com facilidade no escuro, e o restante do trajeto muito pedregoso, enfim, evite ir muito tarde;
  • Use calçados confortáveis, tipo tênis ou botina para trekking;
  • Leve água potável, não há pontos de água pelo caminho;
  • Use boné ou chapéu que o proteja do sol;
  • No verão use protetor solar.
Viveiro das emas e capivaras no zoô do Pan de Azucar.

Voltamos então. Segui pela trilha que nos primeiros 40 metros é plana, em seguida começa as pedra e a subida, a mata nativa acompanha a trilha pelos dois lados ficando fácil a identificação da mesma que ainda é balizada por setas vermelhas marcadas nas rochas. Não é uma subida fácil, eu classificaria como moderada, em certos pontos confesso que fui exigido no que diz respeito ao preparo físico. Em contra partida, não é uma subida perigosa, qualquer pessoa em bom estado pode realizar, mas como todas as atividades desse molde envolve um pouco de atenção e cuidado. parei umas três vezes para pegar um ar e apreciar a vista, que já na subida mostra a sua beleza.

Na trilha do Pan de Azucar.

O Cerro Pan de Azucar tem a altitude de 423 metros, lá de cima é possível avistar o mar e demais localidades próximas. Encontra-se no sul do Departamento de Maldonado, município de Piriápolis, e pertence à Cordilheira Grande, ele é a terceira elevação mais alta no Uruguai.

Cerro Pan de Azucar - 423m Maldonado - UY.

No cume do Cerro (final da trilha) há uma cruz de 35 metros de altura, construída com concreto armado. No interior da cruz é possível chegar aos seus braços por uma escada em espiral com mais de cem degraus. Chegando lá em cima pode-se observar a paisagem por pequenas janelas que permitem a visualização em um ângulo de 360°. A cruz foi criada por Juan Zorrilla de San Martin, no ano de 1933 e benzida no ano de 1938 durante o 3° Congresso Eucarístico Nacional.

A cruz é avistada da cidade e de muitos quilômetros da auto-estrada.

A medida em que ganhava terreno para cima, tinha para baixo a vista fantástica com que a altitude me presenteava, e ao olhar para cima já conseguia avistar a grande cruz.

Presentaço! Ainda na subida uma vista fantástica.


Quase chegando... Já podia avistar a grande cruz.

Ao me aproximar do final da subida, superava obstáculos novos como galerias de rochas e apreciava pedras gigantes. Quando começa a ficar plano novamente lá em cima é melhor ficar atento e marcar na memória o lugar em que se está indo, pois torno a repetir, na hora de descer é tudo muito igual e se você negligenciar as setas que nem sempre estão visíveis é muito fácil se perder.

Passagem estreita entre as pedras gigantes...

Ao atingir o cume e avistar a cruz, confesso que fiquei emocionado. A cruz que um dia eu tinha assistido na televisão, agora estava na minha frente, foi muito legal, subi em um imensa pedra ao seu lado e com o vento batendo no rosto pude apreciar uma vista fantástica, o mar, Piriápolis, Punta del Este, o mundo...

A cruz é imensa, pena que pichada, por algumas "pessoas" que tenham seus valores invertidos, ou será que estão certas, enfim, o fato é que eu estava lá e gostaria que todos amigos estivessem lá comigo, para sentir com intensidade aquilo que com palavras não posso descrever.

A grande cruz mede 35 metros em cima dos 423 metros de altitude do cerro.

Subi o seu interior até os braços e do seu mirante olhei para os quatro pontos cardeais, ventava muito, sentei no banco de concreto no interior do braço, a vida em pensamento passa rapidamente em frações de segundos como um filme. Dediquei a subida a minha esposa Iolanda que me esperava lá em baixo com o daschund (Lino) e por esse motivo não subiu comigo. Orei, agradeci a Deus por aquele que foi para mim um grande momento, uma grande aventura.

Interior da cruz - Escada em aspiral que leva até os braços da cruz.


Interior do braço - Pela janela avista-se o mundo.


Interior da cruz - Cerro Pan de Azucar.

Lá em cima também vi armações que seriam como proteções para grandes refletores, imaginei a cruz iluminada na noite, sendo possível avistá-la de todos os lugares.
Na descida aconteceu comigo o que recomendei antes, fiquei meio confuso quanto ao caminho, mas consegui encontrar uma seta vermelha. 
Na descida acabei cruzando com turistas estrangeiros que conversavam freneticamente num inglês intraduzível.
A descida é rápida mas nem tanto, levei 55 min. para subir e 45 min. para descer.




FOI MUITO LEGAL, ESPERO UM DIA PODER VOLTAR A ESSE INCRÍVEL LUGAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!




"EM ATIVIDADES NA NATUREZA RECOLHA SEMPRE O SEU LIXO".




COORDENADAS: 34º48'38.54" S - 55º15'29.89" O.



TEXTO: Valfredo Neves



FOTOS: Valfredo Neves