domingo, 19 de setembro de 2010

MEIA VOLTA NO URUGUAI 3º Dia.

Acordamos em Paysandú e após o café da manhã, saímos para dar uma volta na cidade antes de seguir viagem. Passeamos próximo ao Rio Uruguai onde é possível avistar belos lugares, locais para pesca, esportes náuticos, praias de água doce, enfim, um belo lugar.

Paysandú - ao fundo o Rio Uruguai.


Paysandú - Departamento de Paysandú.

Agora nosso destino final para o dia seria a cidade de Colônia del Sacramento, seguimos viagem pela "Ruta 3" e logo em seguida pela "Ruta 24" que corta o Departamento de Rio Negro. Neste Departamento existem cidades importantes como Young e Fray Bentos (divisa com a Argentina), mas como qualquer uma delas nos tiraria de nosso destino principal, decidimos passar direto pelo Departamento.

Nossa primeira parada do dia foi na cidade de Mercedes já no Departamento de Soriano (Soriano foi o 1º povoado no Uruguai, fundado pelos espanhóis em 1624), Mercedes é banhada pelo Rio Negro e quando entramos na cidade sem nada conhecer como sempre, fomos costeando o rio que, diga-se de passagem, com belas paisagens transmitia um sentimento de "estamos no caminho certo". Aquele era "o dia", ensolarado e apesar do feriado muito movimentado, avistamos uma ponte com um semáforo controlado manualmente, como só tinha uma pista, o guarda coordenava a entrada ou a saída do lugar, se tratava da "Puente Confraternidad Argentina Uruguaya" que dava acesso a Av. República Argentina que por sua vez ficava numa belíssima ilha que tinha uma enorme área verde tipo um parque, com bares, local para Camping, etc. Muitos motoqueiros, famílias aproveitando o belo dia de sol, fazendo churrasco, acampando. Decidimos fazer nosso almoço ali mesmo e passamos um agradável meio-dia.

 Mercedes - Almoço na ilha.


Mercedes - Departamento de Soriano.

Deixamos a cidade de Mercedes no começo da tarde, pois faltava ainda um longo trecho a percorrer até Colônia. Seguimos pela "Ruta 21" e chegamos à cidade de Dolores ("el granero del país") ainda no Departamento de Soriano. Acho que pelo feriado, Dolores parecia uma cidade fantasma, ruas desertas, o vento soprava as folhas das árvores pelo chão, fomos então até o rio que agora se chamava "San Salvador", existia também uma pequena ilha chamada "Península Timoteo Ramospé", porém bem menor que a de Mercedes.

Seguindo pela "Ruta 21" chegamos agora na cidadezinha de Nueva Palmira agora já no Departamento de Colônia. Uma cidade pequena, mas muito encantadora pelo seu visual e pelo seu porto que é possível admirar um belíssimo por do sol, o qual não tivemos tempo de desfrutar pela pressa de chegar até o nosso destino final para o dia, anteriormente citado.

Pier em Nueva Palmira - Departamento de Colônia.

A próxima cidade foi Carmelo (fundada pelo Gal. Artigas), não paramos, tínhamos pressa, mas foi possível admirar sua arquitetura antiga, pois passamos pelo meio da cidade para seguir o caminho.
Apartir de agora a viagem se tornára mais surpreendente pelas paisagens, pelos vilarejos, casas isoladas e seguidas curvas pela estrada.

Chegamos então a tão esperada Colônia del Sacramento. Realmente "fantástica"! Logo de cara senti que realmente valera a pena toda aquela loucura de sair sem rumo, sem conhecer nada, eu que nunca tinha me imaginado em um lugar como aquele ("falando por mim, se bem que eu via o brilho no olhar da Iolanda") com tamanha importância, você acaba sentindo o cheiro de História nas ruas e pelos lugares onde passa. Andamos pelo centro, a cidade estava lotada, a noite se aproximava e a prioridade agora era encontrar um lugar para pernoitar para no outro dia sim aproveitar a cidade. Chegamos no quiosque de informações turísticas, a primeira informação era que os hotéis estavam todos lotados, só existiam cabanas pela "bagatela" de U$300,00 (dólares) a diária ("pode para, não tô loco"). A atendente nos deu uma dica (muito boa), para dormimos numa cidade vizinha e no outro dia retornar. A cidade seria Rosário a mais ou menos 100Km, topei a parada fazer o quê? O equivalente a R$ 600,00 (reais) eu não iria pagar pra dormir nem alí e nem na China. Seguindo para Rosário pela "Ruta 1" passamos por uma placa que indicava "Balneário Santa Ana", "eu digo, é ali, vai dá", e deu. Era um vilarejo, praia tranquila para quem não gosta muito de aglomerações e procura um lugar calmo para passar o final de semana ou até mesmo morar. Achamos um Hotel, grande, dois andares, porém lotado. Já era noite, viajamos todo o dia e estávamos ultra cansados, as opções estavam cada vez mais escassas (foi o ponto de mais abatimento da viagem). Ao fazer a volta na quadra vimos uma placa com uma seta indicando uma imobiliária local (http://www.inmolamaestra.com/), fomos até lá e toquei um sino que tinha na frente... Negociamos uma cabana completa com tudo, TV a cabo, banheira, água quente e novamente o principal, não tinha problema com o Lino. O preço? U$ 50,00 (dólares) que diga-se passagem valeram cada centavo...

Segue...



ADMINISTRANDO O TEMPO ÍAMOS GANHANDO TERRENO, NESSE INCRÍVEL PAÍS CHAMADO URUGUAI !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



TEXTO: Valfredo Neves.
EM VERMELHO: Cidades e vilarejos no Uruguai.



FOTOS: Valfredo Neves.


VEJA OS DIAS ANTERIORES DE NOSSA VIAGEM EM:



domingo, 5 de setembro de 2010

HISTÓRIA DO CASTELO SAN CARLOS

Em 1886 chegou a Concordia (AR) Edward Demachy, acompanhado por sua esposa, uma belíssima atriz. Vinham de Paris e um diário da época dizia que se tratava do "filho de um dos banqueiros mais ricos da França". Demachy começou a construir um imponente palácio em frente ao rio Uruguai, a que chamou San Carlos. Ele mesmo teria feito a planta com o estilo de reinado de Luis XV, decorado com seda, obras de arte e mármores trazidos da Itália. Nos jardins plantou árvores no outono.
Levantou uma fábrica de conservas e também uma ferraria onde fabricavam todos elementos com ferro e demais metais. Recebiam visitas que desfrutavam de todo o lugar.
Em um dia de 1891, repentinamente, o casal desapareceu pra sempre. Anos mais tarde o lugar passou para o município, que arrendou para custear os gastos. Um dos visitantes ilustres nessa época foi o Príncipe "Antoine De Saint Exupery".
Pouco à pouco o castelo foi se deteriorando, desapareceram móveis e objetos, até que em 1938 sofreu um incêndio, possivelmente intencional, ficando em pé só as paredes, o estabulo e o poço. Hoje ficam suas misteriosas ruínas, paredes que evocam o estio de catedrais góticas.

Concordia - Argentina.


Concordia - AR.


Ruínas del Castillo San Carlos.



CASTILLO SAN CARLOS, EXTRAORDINÁRIO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Veja mais sobre Concordia em: www.concordia.gov.ar/turismo. 



FONTE DO TEXTO:  Fôlder turístico da cidade de Concordia - AR.



FOTOS: Valfredo Neves.





sábado, 4 de setembro de 2010

MEIA VOLTA NO URUGUAI 2º Dia.

No segundo dia acordamos após uma boa noite de descanso, fizemos um chimarrão, arrumamos as coisas e partimos sem pressa em direção à cidade de Salto. Chegando lá decidimos que visitaríamos a cidade argentina de Concordia onde iríamos procurar por um palácio, fruto de minhas pesquisas (mas eu não tinha detalhes, apenas sabia que existia).

Pois bem! Concordia (AR) e Salto (UY) são divididas pelo rio Uruguai, para atravessar o rio passamos pela grande Represa Hidrelétrica de Salto Grande, logo após existe um posto de controle de fronteira, tanto para quem entra na Argentina como para quem retorna para o Uruguai. A presença militar era intensa principalmente do lado argentino, na parede um grande quadro com a foto das ilhas dizia: "Las Malvinas son nuestras" e eu como se estivesse envolvido com a causa pensei: "Realmente como pode a Inglaterra  a milhares de quilômetros vir aqui e dizer que a porção de terra que está praticamente colada na Argentina é deles?" Bom! Mas isso é outro assunto pra outra hora. Ao entrar apresentamos  as identidades e rapidamente fomos liberados, verificam o carro e... Opa! O Lino? Deu zebra! O cachorro?! (os fiscais pediram a guia de transporte, que é fornecida pela Secretaria de Agricultura do meu município de origem, para tirar é só apresentar o cartão de vacinação, só que até então eu não sabia...), mas o bom senso do fiscal argentino nos deixou passar (caso contrário eu já estaria repensando o meu conseito sobre as Malvinas).

Concordia é uma cidade turística e ainda no controle recebemos de umas moças da Secretaria do Turismo, mapas com atrativos e destinos variados, então saímos a procura de "nosso palácio". Não tivemos dificuldades para encontrar, pois ficava num parque muito conhecido da cidade, é uma área imensa onde as pessoas praticam atividades físicas, passeios de bicicletas, enfim, tratava-se do Parque San Carlos onde encontramos  as "Ruínas del Castillo San Carlos".*

Ruínas del Castillo San Carlos


Castelo de San Carlos - Concordia (AR).


Escadarias do San carlos.


Ruínas del Castillo San Carlos - Concordia (AR).


Ruínas del San Carlos.

Passamos o resto da manhã no parque e por volta do meio dia decidimos retornar para almoçar em Salto. Novamente no controle, agora para retornar para o Uruguai, foi um sufoco. A fila era de mais ou menos três quadras para dar a saída do território argentino, não andava nunca, o calor era intenso, passava dos 30° e a sombra era praticamente só a dos carros. Em busca de água para o Lino, a Iolanda passeava de um lado para outro resultando em ele tornar-se a atração da fronteira e o meu medo era de agora o fiscal uruguaio complicar a sua entrada. Mas não, após duas horas e meia de fila atravessamos novamente a grande represa e fomos para Salto, comemos uma galinha assada e fomos abastecer o carro (é possivel encontrar postos PETROBRAS em quase todo território uruguaio).

Nosso objetivo agora era pernoitar na cidade de Paysandú (capital do departamento de mesmo nome), seguimos pela "Ruta 3" passando por mais destinos da rota termal, tais como, Termas de Daymán e Termas de Guaviyú, ambas lotadas. Seguimos em frente e chegamos em Paysandú à tardinha, quase noite, fomos para o centro onde o movimento era intenso nesta que é a segunda maior cidade uruguaia perdendo apenas para Montevidéu, chegamos pelo menos em dois hotéis e estavam lotados, fomos então para o prédio das informações turísticas (praticamente todas as cidades tem um e ali se consegue mapas com locais turisticos e demais informações das suas respectivas regiões) que localizamos logo quando entramos na cidade (ficava na frente de uma praça central, provavelmente a principal), a atendente nos informara o pior "todos os hotéis da cidade estão lotados", era semana de turismo no Uruguai (o país para durante uma semana anualmente para o turismo) e neste mesmo dia teria a festa da cerveja na cidade, "que azar". Só que! no exato momento que a atendente passava essas informações para a Iolanda (que fala espanhol fluentemente e foi minha interprete na viagem, pois eu entendo, mas não falo) tocou o telefone, era uma senhora que oferecia um quarto em sua casa para quem por ventura não encontrasse um lugar para ficar, como nós, "que sorte". Era um casal de mais ou menos setenta anos, que com a simplicidade de sua casa, mas muito aconchegante nos ofereciam um quarto, banheiro, TV, água quente, garagem e principalmente não se importavam com o Lino, tudo é claro pelo preço de $700 equivalente a R$70,00, que naquelas circunstâncias se tornara quase de graça!

Segue...


CONCÓRDIA PODE SER A PORTA DE ENTRADA PARA MUITAS AVENTURAS NA ARGENTINA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


* Veja mais no marcador "Castelos e fortalezas".


TEXTO: Valfredo Neves.
EM VERMELHO: Cidades e vilarejos no Uruguai.
EM LARANJA: Cidade na Argentina.
EM VERDE: Dicas.


FOTOS: Valfredo Neves.


VEJA O PRIMEIRO DIA DA VIAGEM EM: