Num raro domingo quente do mês de julho (raro por ser inverno na nossa região) resolvemos dar uma saída (Eu, a Iolanda e o Lino) e decidimos como destino o Cerro Miriñaque. Esse cerro fica no Uruguai, no Departamento de Rivera, pegamos a "Ruta 5" (que vai de Rivera a Montevidéu), andamos 70 Km partindo de Rivera até um posto de controle policial, então dobramos à esquerda, a partir daí a "Ruta é a 29" que leva até a cidadezinha de Minas de Corrales, mais ou menos uns 3 ou 4 Km chega-se ao Cerro Miriñaque, ele fica bem próximo da estrada e nela existem duas placas com informações turísticas, uma fala sobre a origem de seu nome e a outra fala sobre a "Palmerita Enana" motivo de nossa viagem.
O Cerro Miriñaque recebe esse nome devido ao seu formato, que é semelhante ao das armações usadas em baixo dos vestidos das damas em épocas passadas, hoje não tão comum, mas ainda usadas em alguns vestidos de prenda.
Cerro Miriñaque e uma das placas com informações.
Nós ja conhecíamos o lugar, mas só de passada, pois ao visitar as "Ruínas del Cuñaperu" (veremos em outra postagem) passamos na mesma estrada, mas devido à pressa não paramos, ficando o débito e por esse motivo voltamos para pagar a conta.
Vamos ao que interessa! Em cima do cerro é possível avistar uma espécie rara de palmeira, que por sinal está ameaçada de extinção, essa palmeira chamada carinhosamente de "Palmerita enana" (Palmeirinha anã) "Yatay Poñi" Butiá Paraguariense, espécie exclusiva do departamento de Rivera e que crescem não mais de 2m, e o Cerro Miriñaque seria um dos pouquíssimos lugares a encontrá-la.
O cerro encontra-se em propriedade particular, mas não encontramos nenhuma restrição quanto ao acesso, muito pelo contrário, em uma das placas diz "és possible adimira-la em lo cumbre del cerro" referindo-se as palmeiras.
Cerro Miriñaque.
É uma subida sem muitas dificuldades, só é preciso um pouco de condicionamento físico como qualquer outra atividade, mas é bem tranquilo, a impressão que se tem é de estar subindo a arquibancada de um estádio de futebol, mas na parte alta o cerro parece estar envolvido em uma grande muralha de aproximadamente 10m que faz a proteção do cume, essa é a visão que se tem partindo da estrada, porém nas laterais a formação rochosa é menor facilitando a subida e consequentemente a descida, aí vem aquela velha dica de marcar um ponto de referência para que se possa retornar com facilidade, pois lá em cima é tudo muito igual.
O Cerro é formado por camadas facilitando a subida.
Subindo o Miriñaque.
Muralha que forma o topo.
Climbing a vista.
O local é muito preservado.
O cerro também é conhecido como "El Fortin de las Cabras" (o forte das cabras), por haver cabritos no local, e para minha surpresa ao estar fotografando lá em cima me deparei com uma cabritinha (teria nascido em poucos dias) que se aquecia no sol junto as rochas, não consegui visualizar cabritos grandes, mas encontrei rastros e esterco.
Cabritinha no sol se aquecendo junto as rochas. Ao fundo os Três Cerros.
El Fortin de las Cabras.
Lá em cima e até mesmo na subida a vista é espetacular, é possível a visualização dos "Três Cerros", do "Cerro Chato" e da extensão da planície uruguaia.
Palmerita enana. Ao fundo o "Cerro Chato".
Do Cume a visão do "Cerro Chato".
Palmerita enana "Yatay Poñi".
Posso dizer que foi uma experiência simples se comparado as grandes jornadas, mas de grande intensidade, por estarmos unidos, fazendo o que gostamos que é estar em contato com a natureza, conhecendo coisas, lugares, enfim... Foi um privilégio conhecer a "Palmeira Anã", foi surpreendente encontrar a cabritinha e foi revigorante poder apreciar a vista lá de cima.
Valeu Galera!!!!!
Coordenadas para o Google Earth 31° 32' 02.68" S - 55° 37' 58.78" O
ATENÇÃO!
Se você for algum dia ao Cerro Miriñaque siga essas recomendações:
- Leve água potável.
- Não jogue lixo no Cerro (traga todo lixo que por ventura produzir).
- Não gere impacto no ambiente riscando nas rochas ou danificando as plantas (que já estão ameaçadas).
- Ao avistar cabritos não espante-os ou tente tocá-los apenas desvie que ele seguirá seu próprio rumo, se ele permanecer imóvel evite invadir o seu espaço pois os cabritos tem como defesa a cabeçada com chifres e lembre-se o forte é deles ("Fortim de las Cabras") você que é a visita.
- Não leve cães até o topo, justamente por causa dos cabritos (o meu cão ficou na base do cerro).
- Agora o principal, NÃO FUME! As queimadas, junto com outro fatores são o que estão levando a palmeira ao seu desaparecimento.
Conheça mais sobre o Cerro Miriñaque e a Palmerita enana em:
TEXTO: Valfredo Neves
FOTOS: Valfredo Neves
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