sexta-feira, 6 de abril de 2012

OPEN WATER DIVER


Em busca da realização de mais uma grande conquista, e porque não dizer? Da realização de um "sonho", (realizar um curso de mergulho e me tornar um "Mergulhador" certificado) pesquisas na internet me levaram a Patadacobra escola e operadora de mergulho localizada na cidade de Bombinhas no estado de Santa Catarina, considerada como está escrito no pórtico de entrada da cidade "Capital do Mergulho Ecológico".

Depois da troca de alguns emails e telefonemas explicativos, lá estava eu na Patadacobra formalizando a inscrição, onde recebi meu material didático e um formulário que pedia não só o preenchimento de dados pessoais com também um questionário sobre meu estado de saúde, solicitando minha assinatura para deixar claro de que sabia e me responsabilizaria pelos dados fornecidos e eventuais riscos ali esclarecidos.

No dia seguinte as nove da manhã lá estávamos eu e o peruano Poul que seria meu colega de curso. O instrutor designado para nos dar aula foi o uruguaio Juan Carnevale, uma pessoa incrível, não sei quanto aos outros instrutores, mas não poderia ter sido melhor, classificaria Juan como o rei da paciência, muito técnico o graduado mergulhador com sua experiência passava as informações com precisão e as executava com destreza, como não poderia deixar de ser.

Pois bem! Fomos para piscina onde seria nossa sala de aula do primeiro dia de curso. Nela se realizaria nosso primeiro dos três segmentos do curso o "Mergulho em Águas Confinadas" onde você aprende e pratica os procedimentos e habilidades de mergulho. Na noite anterior olhei os DVDs incluídos no material didático, que me ajudaram e muito a entrar no clima do curso antecipando algumas atividades e ajudando a me familiarizar com o linguajar peculiar desse novo meio que apartir daquele dia eu também faria parte.

Começamos e enquanto vestíamos as roupas (a Patadacobra fornece todos os equipamentos usados no curso, inclusive as roupas de mergulho)  recebíamos os primeiros conhecimentos sobre roupas secas, úmidas e semi-úmidas. Na sequência aprenderíamos sobre a "unidade scuba", componentes, funcionamento, montagem do equipamento, vistoria e colocação da mesma.

Aprendendo sobre componentes e funcionamento.


Montagem da Unidade Scuba.

No começo é meio estranho, mas dali apouco está tudo certo "e o bixo pegando". E assim foi, entramos para água e abordamos uma infinidade de assuntos relativos a atividade, fizemos vários exercícios submersos (aliás parece um clichê, mas é fato que a primeira respirada em baixo d'água é inesquecível) onde o instrutor Juan explicava, mostrava, tirava dúvidas, submersos executava e logo após sinalizava para que também executássemos, sempre sinalizando OK e apertando a mão após cada exercício (parece brincadeira, mas esse gesto levanta a moral do aluno e o deixa mais confiante para a atividade seguinte). Os exercícios realizados em "Águas Confinadas" seriam realizados posteriormente em "Águas Abertas" (outro segmento do curso).

À esquerda Valfredo (Brasil), ao centro Juan (Uruguai) e mais atrás Poul (Peru).


Mergulho em Águas Confinadas.


Mergulho em Águas Confinadas - Patadacobra Diving School.


Meu colega de curso Poul e o instrutor Juan.


Valfredo Neves - PADI - Open Water Diver course.

No dia seguinte, o 2° dia de curso, como previamente combinado cheguei ao trapiche de embarque da Patadacobra na praia de Bombinhas pouco antes das nove horas da manhã, horário em que partiríamos para os dois primeiros mergulhos previstos no curso. Pessoas aglomeravam-se sobre a plataforma, pois variados pacotes de mergulho são oferecidos pela operadora fazendo com que (em alta temporada é claro) o barco saia praticamente lotado diariamente. Agora com a companhia do colega Poul, aguardávamos o embarque enquanto funcionários da equipe junto com instrutores e tripulantes carregavam mantimentos e equipamentos para o barco. Após sessar a movimentação na plataforma um dos instrutores fazia a chamada junto ao portão de embarque e conforme o pessoal entrava ele marcava o nome em uma lista como se fossemos (e como de fato éramos) os convidados de uma grande festa. Éramos mais ou menos quarenta entre todos, tripulantes, instrutores e mergulhadores no barco que tinha capacidade para sessenta pessoas. Todos  embarcamos descalços e atentos ouvíamos as instruções que nos passava em voz alta um dos tripulantes sobre o uso do colete salva-vidas e procedimentos em caso de enjoo durante o deslocamento da embarcação em alto mar que duraria aproximadamente uma hora e quarenta minutos até a Ilha do Arvoredo, nosso local de mergulho.

Trapiche de embarque Patadacobra. Esse pier é privativo de duas operadoras de mergulho.


Embarcação da Patadacobra.

Com a pontualidade britânica saímos no horário marcado e como marinheiro de primeira viagem não demorou muito para que me fossem apresentados os sintomas de desconforto causados pelo balanço da embarcação, mas tranquilo, aplicando as técnicas como por exemplo fixar o olhar em um ponto distante me restabelecia  e em seguida já estava acostumado. Passando por paisagens costeiras incríveis fomos entrando mar a dentro, e próximo a Ilha Galé para ganhar tempo os instrutores procuravam seus respectivos "alunos" para distribuição das roupas de mergulho, nadadeiras, mascaras e identificação dos equipamentos. 

Paisagens costeiras incríveis.



Ilha Galé.



Mergulhadores (alunos, instrutores e certificados) equipando-se na embarcação do Patadacobra.

Juntou-se ao nosso grupo mais uma aluna que tinha feito sua aula de mergulho confinado separada e também o seu namorado que já era mergulhador certificado, somando com o instrutor Juan, eu e Poul nosso Check-out era de três alunos e um certificado a comando e avaliados (os alunos) pelo instrutor Juan.

Os equipamentos dos restantes na embarcação já encontravam-se prontos para o mergulho, mas para nós alunos como nossa primeira tarefa tínhamos que montar e regular nossa unidade Scuba , já em processo de avaliação e supervisão é claro de nosso instrutor que logo na sequência nos passou o resumo dos exercícios que deveríamos realizar em nosso mergulho.

Chegamos então na Ilha do Arvoredo, precisamente na "Baía das Tartarugas" um dos nove pontos de mergulho liberados ao sul da ilha. Embarcação ancorada, rapidamente, porém tudo muito organizado, mergulhadores dirigiam-se ao fundo da embarcação onde um instrutor chefe checava visualmente os equipamentos e liberava a entrada no mar através da técnica de "Passo de Gigante". Tudo OK, ele orientava em qual da três boias reuniriam-se as turmas.

Baía das Tartarugas - Ilha do Arvoredo - Bombinhas / Santa Catarina.



Mergulhadores ao mar.

Todos reunidos na boia, mais uma vez Juan passou as atividades que como de praxe sempre eram demonstradas por ele antes de executarmos. Submergimos lentamente e na primeira respiração a identificação da água salgada na boca, a pressão do mar nos ouvidos trazia-me a atenção voltada para o processo de equalização, o que para mim seria a principal dificuldade e que me acompanharia até o último mergulho.

Estava em um mundo novo, a visibilidade era de cinco a seis metros, descemos até uma parte arenosa onde faríamos uma atividade fundamental para sequência dos mergulhos, chamada "Pivô de Nadadeiras"onde o mergulhador ao fazer adquire o tempo certo para flutuabilidade neutra. 

Após saímos para mergulhar, Juan à frente, calmo, tranquilo, com os movimentos das mãos quase em zero exceto para fazer alguns gestos ia nos guiando pela encosta rochosa do Arvoredo, peixes solitários as vezes em pares de cor amarelo e preto me olhavam muito próximos com cara de "O quê, que esse cara qué aqui?" Cardumes de trinta ou quarenta  peixes mais compridos, em fim, havia muitas espécies e para identificação da vida marinha é preciso uma qualificação após a certificação. No final do mergulho que durou aproximadamente trinta minutos, antes de voltarmos a superfície, retornamos para parte arenosa onde fizemos mais algumas atividades como desalagamento parcial e total da máscara, posteriormente subimos para realizar algumas atividades na superfície, foram elas: Remoção de câimbras em si mesmo e na dupla e também métodos de reboque de mergulhador cansado. 

Voltamos a embarcação onde era servido um grande lanche para o intervalo dos mergulhos, com frutas, bolos, refrigerantes. Trocamos os cilindros e logo estávamos prontos para o segundo mergulho, novamente preparação, colocação e ajuste do equipamento, checagem de segurança pré-mergulho, entrada, dessa vez adotamos descer numa parte mais rasa para facilitar o processo de equalização e deu certo, novamente submersos procuramos a área arenosa e de joelhos no fundo do mar fizemos agora a recuperação e desalagamento do regulador, em seguida partimos para nossa exploração subaquática onde exercitamos alguns sinais e gestos e podemos visualizar pequenos ouriços por entre as pedras e também passamos por uma pequenina estrela do mar de cor rosa dentre muitas outras espécies de peixes. Mergulhamos por cerca de trinta minutos e antes de subir fizemos o exercício de respirar sem máscara, logo após na superfície fizemos a troca de snorkel pelo regulador e vice-versa.

Agora já na embarcação é impressionante a atenção dada pelos instrutores e tripulantes, todos querendo ajudar na retida dos equipamentos, verificando se está tudo bem com os mergulhadores que agora retornam para o barco após seus respectivos mergulhos.

Após os mergulhos a satisfação de ter realizado com sucesso todas as atividades.

Após o encerramento das atividades de mergulho e da conferência de todos a bordo, iniciou-se o deslocamento de retorno, onde aproximadamente na metade do caminho fomos brindados com um incrível espetáculo da natureza. Baleias nadavam muito próximas a nossa embarcação. Tentando registrar, corríamos de uma lado e de outro do barco para conseguir a melhor foto. Falando por mim que já havia visto essa cena várias vezes em programas na televisão, nada se compara a emoção que senti em ter a oportunidade de assistir pessoalmente e de estar tão próximo desses animais em seu habitat natural, nadando livremente pela vastidão do oceano... Dessa maneira encerramos o nosso dia com o espetáculo das baleias. Extraordinariamente emocionante!  


A embarcação de mergulhadores do "Athobá" também apreciando o show das baleias.



Baleias nadando próximas a nossa embarcação.

No dia seguinte lá estava novamente no trapiche de embarque onde observava a mesma movimentação do dia anterior exceto pelas pessoas que se aglomeravam na plataforma formando uma nova turma para nossa jornada. O pessoal da Patadacobra parecia viver sua rotina diária, carregando e conferindo todo material a ser utilizado em nosso dia de mergulho. Tomadas as medidas administrativas como orientações e acomodação do pessoal partimos para mais uma hora e meia de navegação até a Ilha do Arvoredo. Chegando lá o local agora era o "Recanto do Capim" mais precisamente em "Pedra Alta" ainda no lado sul da ilha a esquerda da "Baía das Tartarugas" e da mesma forma incrível, com visibilidade no dia de cinco a seis metros. 


Pedra Alta - Ilha do Arvoredo - Bombinhas / SC.



Recanto do Capim - Pedra Alta - Ilha do Arvoredo.



Recanto do Capim - Pedra alta - Ilhado Arvoredo - Bombinhas / Santa Catarina - Brasil.

Até a hora do mergulho se repetiram todos os procedimentos do dia anterior, nossa turma agora era menor, a garota e seu namorado certificado que mergulharam no dia anterior adiaram seus mergulhos para outra data, ficando novamente somente eu, Poul e o instrutor Juan. Novamente Juan nos passou como seriam e quais atividades faríamos em nossos dois últimos mergulhos para conclusão do nosso curso Open Water Diver. Mergulhamos e novamente no fundo arenoso paramos para fazer uma atividade chamada "levitação" onde você com as pernas cruzadas como se estivesse fazendo ioga tem que encontrar a flutuabilidade neutra, em seguida saímos para mergulhar, agora me sentindo mais a vontade e confiante aproveitei mais a exploração subaquática que variava a uma profundidade de oito a dez metros onde mergulhamos por entre pedras gigantes cobertas por corais que faziam verdadeiros corredores e passagens onde avistávamos uma grande variedade de espécies marinhas. A nossa exploração durou cerca de trinta e cinco minutos onde antes de subir a superfície realizamos o "Exercício Combinado de Depleção de Ar / Fonte Alternativa de Ar" onde é simulado que um dos mergulhadores fica sem ar e precisa usar o regulador (octopus) reserva da dupla pra que possam juntos chegar em segurança a superfície. Após a conclusão do exercício realizamos mais duas atividades pra finalizar o nosso terceiro mergulho, foram elas: Remoção e recolocação de lastro na superfície e também remoção e recolocação da unidade Scuba na superfície.

Valfredo Neves - Open Water Diver / PADI.


Mergulhador / Valfredo Neves - Open Water Diver / PADI - Patadacobra Adventures.

Subimos a bordo para uma breve parada com direito é claro aquele lanche maravilhoso. Após a troca dos cilindros e das orientações do Juan, fomos para água onde aprendemos o nado pela superfície com bússula, na sequência submergimos e fomos para o nosso último mergulho, a proximidade do término do curso me deixou um pouco ansioso atrapalhando a minha concentração durante o mergulho. Juan com a sua experiência identificava arraias camufladas na areia do fundo do mar, que notando a nossa aproximação e que fora descoberta, saía como se fosse um torpedo e logo em seguida retomava como uma delicada bailarina seus suaves movimentos até ficar fora do nosso perímetro de visibilidade, infelizmente não tivemos a sorte de avistar nenhuma tartaruga marinha, talvez tenha sido a minha maior frustração durante o curso. Fizemos também nosso exercício de orientação com bússula embaixo d'água e no final do nosso mergulho que durou aproximadamente trinta minutos executamos nossa última atividade que foi a "Subida Livre de Emergência Controlada", exercício que tem por finalidade fazer com que o mergulhador que está sem ou com pouco ar e longe da dupla chegue a superfície em segurança.

Mergulhadores do curso Open Water Diver: Eu (Valfredo), Poul (sentado) e o instrutor Juan (mais ao fundo com o equipamento).

Agora na superfície voltamos ao barco para retirada do equipamento e logo em seguida a água novamente para cumprir a última exigência que era de nadar cem metros até a boia e retornar a embarcação. Cumprida a tarefa chegamos ao final das atividades práticas do curso, ainda faltaria uma aula sobre o uso da tabela para uso em mergulhos recreativos, um teste de conhecimentos específicos com quase oitenta questões além  de uma prova teórica sobre tudo que vimos e realizamos nesses três dias intensos de curso.


Ilha do Arvoredo e suas águas verde esmeralda, inesquecível!

Parece nada, mas de volta a embarcação e depois que caiu a ficha realmente foi indescritível a sensação da vitória, da realização pessoal após a conclusão de diria um desafio, uma coisa nova, que você quer muito e quer queira, quer não o acompanhará para o resto de sua vida. Realizar os mergulhos, cumprindo todas as metas, todas as exigências vivenciando essa experiência maravilhosa mexeu muito comigo.

Com a conclusão do curso me tornei mergulhador com certificação" PADI Open Water Diver" que me qualifica a: - Mergulhar independentemente ao mesmo tempo em que aplico o conhecimento e as habilidades aprendidas neste curso, dentro dos limites de meu treinamento e experiência; - Adquirir recargas, equipamento de mergulho autônomo e outros serviços; - Planejar, conduzir e registrar mergulhos em águas abertas (sem descompressão) quando equipado corretamente e acompanhado por uma dupla em condições com a qual tenha treinamento e/ou experiência; - Continuar com treinamento de mergulhador com um mergulho de especialidade do programa PADI Adventures in Diving e/ou em cursos de especialidades de mergulho da PADI. A certificação PADI é muito reconhecida e sua reputação a respaldará em qualquer lugar do mundo onde você mergulhar.

Valfredo Neves (Open Water Diver) & Juan Carnevale (PADI instructor).

Claro que toda essa história é um pequeno resumo de tudo o que aconteceu. O curso é bem mais que o comentado nessa postagem que tem como objetivo apenas compartilhar minha experiência pessoal  de forma breve, em que vivenciei durante esse espetacular treinamento que trás mais uma "infinidade" de procedimentos e informações técnicas muito mais apuradas e que me limitei em comentar somente a parte prática, que inclusive devo ter subtraído uma atividade ou outra, pois escrevi a postagem quase sessenta dias após ter realizado o curso. 




PADI - Professional Association of Diving Instructors.
A maior organização de treinamento de mergulhadores do mundo.
As certificações da PADI são as credenciais de mergulho mais respeitadas e solicitadas do mundo.

OPEN WATER DIVER, MERGULHADOR DE ÁGUAS ABERTAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Saiba mais sobre os cursos e atividades oferecidos pela Padacobra em:


TEXTO: Valfredo Neves.


FOTOS: Valfredo Neves.


AGRADECIMENTOS: 
A Deus - Pela minha vida, por me ajudar a superar a dificuldade em equalizar, por existirem as baleias...
A Iolanda - Pelo sacrifício de ter que ficar na pousada durante minha permanência no curso...
Ao Lino - Por me esperar... 
A Patadacobra -  Pela facilitação, pela estrutura colocada a disposição, pelo atendimento...
Ao Juan - Pela atenção, pela motivação, pela paciência, pelo respeito, pela qualidade técnica ...





2 comentários:

  1. Boa queridão! Parabéns pela conquista do certificado e, de quebra, pela paisagem que tiveste a oportunidade de apreciar. És um privilegiado! Belo trabalho!Um abraço do amigo!

    ResponderExcluir
  2. Grande Renato!
    Sempre participando, motivando e nos encentivendo... Isso é muito importante... Forte Abraço e "Tamojunto"!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir

Deixe seu Comentário!!!!!!!